Ano segue fervendo

O ano de 2018 começou fervendo. Não me refiro ao Carnaval, que, apesar da perseguição religiosa, está pegando fogo no Rio. É o mais político dos últimos tempos. Do sarro das ruas, não escapa ninguém. Os alvos preferidos são Crivella, Temer e Gilmar Mendes.

A primeira bomba, claro, foi a condenação de Lula e a possibilidade de ele ser preso. E ainda estamos em janeiro. Na hipótese provável da inabilitação à disputa da Presidência, resta testar a força de sua condição de, para muitos, vítima de um sistema judiciário politizado e sem isonomia. Será possível uma transferência direta de votos —não se pode esquecer que o ex-presidente liderava, com folga, as pesquisas— a outro petista ou candidato aliado à esquerda? Haja cimento e vigas para a construção de um novo poste. Lula —nem precisava lhe apreender o passaporte– irá insistir na sua candidatura até o último suspiro.

Enquanto isso, o país ainda terá Michel Temer até 31 de dezembro (se nada acontecer até lá). De novo, o ano promete: já pensou no que ele poderá aprontar nesse tempo para garantir os interesses de quem o colocou e o sustenta no poder? Sua participação no Fórum de Davos, segundo relatos, foi mais um vexame internacional. Discursou para bocejos de gatos pingados.

Na Suíça, Temer e sua comitiva —formada pelos ministros Henrique Meirelles e Moreira Franco, além de empresários— comemoram, como se estivessem numa partida de futebol, a derrota de Lula por 3 x 0. (Me veio à cabeça um antigo comercial de vodca barata: “Eu sou você amanhã”. Será mesmo?)

Por falar em futebol, em junho começa a Copa do Mundo, na Rússia. Nos pés da seleção de Tite (volta logo, Gabriel Jesus!), poderá estar nosso único prazer em 2018. Isso se alguém ainda se importar, no país dividido por ódios e fanatismos, com a alegria de dribles e gols.

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