25/03/2010
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Faltando poucos dias para deixar o governo, no que a senhora tem pensado?
Da minha parte, eu tenho feito uma prestação de contas, mostrar o que nossa administração fez. Nas pesquisas de opinião pública, eu tenho a aprovação de 70%. A população aprova o nosso governo. Eu estou muito satisfeita, apesar de não ter conseguido fazer tudo que eu gostaria porque, infelizmente, a crise nos atrapalhou. No ano passado, nós tivemos 600 milhões de reais a menos. O que atrapalhou um pouco o custeio de programas e as contrapartidas dos investimentos.
O que há de diferente entre agora e quando a senhora renunciou à prefeitura, em 2002?
Naquela época, não renunciei no final da administração, foi no início. Foi um momento especial, que ninguém achava que eu teria coragem. No meu caso, agora, muitos já renunciaram e a população não sente o impacto. Naquela ocasião, também havia uma parte dos meus colaboradores que achavam que eu não deveria renunciar. Naquela hora, eu já me sentia cumpridora da minha missão em Natal e iria deixar um vice, Carlos Eduardo, com condições de fazer um bom trabalho, como realmente fez.
A senhora deixa o governo com o sentimento de missão cumprida?
Com certeza. Porque realmente eu me esforcei. Nós fizemos um planejamento das ações, elaboramos os projetos porque não havia um estoque de projetos quando assumimos. Tivemos dificuldades em algumas licitações, o que atrasou algumas obras, mas o importante é que elas serão inauguradas, os recursos estão assegurados.
Como a senhora avalia a afirmação do deputado Henrique de que não tem conseguido captar o apoio de prefeitos do PMDB, embora esteja levando uma parte desses prefeitos a apoiar Iberê?
Eu acho que Henrique tem todo o interesse de fazer uma aliança aqui no Rio Grande do Norte que seja coerente com a aliança que o PMDB, que ele hoje é o líder, faça a nível nacional. Então, esse esforço que ele está realizando conosco. Agora, ele tem uma grande dificuldade que é o parceiro dele, que é candidato a senador, que acha que no grupo dos nossos adversários está bem. Eu acho que ele já conseguiu entrar num acordo com Garibaldi, agora tem essa questão da legislação.
Qual será a principal estratégia da senhora na disputa pelo Senado,considerando que os seus principais opositores – José Agripino e Garibaldi Alves – estão unidos?
Aparentemente eles estão unidos. Mas eles não estão unidos não. Nós todos vamos disputar. Por enquanto, está havendo um trabalho no sentido de haver uma união, mas na hora da disputa, vamos todos disputar o mesmo espaço. As aparências enganam. Vai ser uma disputa dura.
A senhora está preparada?
Estou preparada e achando que vou ser a primeira.
Como a senhora espera que seja a sua relação com Iberê, quando ele assumir o governo?
A relação, que tem sido até hoje, de total integração nas ideias, no planejamento e na execução. Ele tem grande participação no governo, ele tem não só a Secretaria de Recursos Hídricos, como o Turismo, a Emparn, a Emater, uma série de setores que ele já atua totalmente. E que ainda dei missões a ele para ajudar na Saúde, na Segurança. Foi bom para ele para ter uma visão global do governo. Ele está preparado.
Como será a rotina da senhora a partir de abril?
Eu vou passar dez dias tentando tomar um fôlego, depois de tanta luta. E, então, eu volto imediatamente para continuar ajudando politicamente o governo, de fora. Também fazendo o trabalho de integração política, de apoio aos prefeitos, na parte administrativa, para que eles tenham condições de terem apoio, não só do governo estadual como também do federal.
A senhora também vai ter mais condições de se dedicar ao PSB.
O meu partido se ressentiu muito. Eu quis até deixar a presidência, quando assumi o governo. Porque eu não tinha tempo. Mas todos os meus companheiros de partidos exigiram a minha presença e continuei presidente. Mas eu não pude fazer o trabalho que eu deveria, de fortalecimento do partido, se trazer novos filiados porque eu me dediquei integralmente à administração. A política também fez parte da minha vida, mas foi um percentual bem pequeno.
A nominata de candidatos a deputado federal e estadual do PSB já está pronta?
Não está toda pronta não. Nós ainda estamos organizando. Nós teremos pelo menos cinco candidatos a deputado federal. Quando às alianças proporcionais, eu acredito que não tem um partido que esteja com fechado. Está todo mundo conversando, discutindo, argumentando, mas não tem ninguém fechado até agora.
A prefeita Micarla de Sousa ainda não anunciou o segundo voto para o Senado, mas tem-se visto gestos de aproximação dela em relação ao senador Garibaldi. A senhora ainda pleiteia esse apoio?
Quem é candidato pleiteia o voto de todos. É evidente que o voto da prefeita Micarla é um voto importante.
Mas a senhora tem conversado com ela?
Ponto final nisso aí.
Entrevista da governadora Wilma de Faria ao Diário de Natal