16/11/2009
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“Não sou homem de desistir”. A frase é do deputado federal João Maia (PR) que em entrevista a Rádio Caicó AM, na manhã desta segunda (16), disse que notícias relacionadas a uma possível desistência de sua candidatura ao Governo do Estado, não passa de especulação. João também comentou o trabalho de fortalecimento que o Partido da República se submeteu nos últimos anos, passando a existir em todos os 167 municípios do Estado.
O deputado, que tem reunião nesta segunda-feira em Natal, com o presidente da Assembléia Legislativa, Robinson Faria (PMN) deve discutir o futuro da Unidade Potiguar, formada entre ele, o próprio Robinson e os deputados federais Fábio Faria e Henrique Eduardo Alves. João negou o fim da Unidade Potiguar, mas na entrevista reconheceu dificuldades em mantê-la.
O deputado evitou falar em possibilidade de romper politicamente com a base da governadora Wilma de Faria (PSB), por não achar tão relevante esse assunto, dentro das discussões para as eleições do próximo ano. Sobre a possibilidade de Wilma lançar a candidatura do vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), de acordo com João Maia, não atrapalha em nada o seu projeto de ser candidato a governador.
“A minha presença no governo sempre foi no sentido de ajudar o Rio Grande do Norte. Eu nunca usei qualquer espaço que eu tenha, e que são muito poucos no Governo, para beneficiar a mim e o partido. Então se a governadora lançar um candidato, pra mim é indiferente, eu vou continuar trabalhando o meu projeto pro Rio Grande do Norte”, disse João.
Segue os principais trechos da entrevista:
O PR hoje é um dos partidos mais fortes do Rio Grande do Norte?
Eu diria que é um dos partidos mais organizados, se não for o mais organizado do Estado. Porque ele não é um partido que esteja no governo ou usando a máquina do governo para se organizar. Nós temos trabalho, proposta e projeto. É um partido que se move um com o outro e eu fico feliz em saber que as pessoas se sentem confortável em fazer parte do PR. Na nossa tradição a gente não abandona ninguém, principalmente quando perde.
A candidatura ao governo do deputado federal João Maia continua pra valer?
Ela sempre foi pra valer. Eu não homem de desistir. Eu tenho uma historia de luta, de vencer dificuldades. Eu sou um homem determinado, tenho fé em Deus, sei o que quero da vida e quero o bem pros meus conterrâneos. Eu conheço as dificuldades, porque as vivi. Eu estudei muito o Rio Grande do Norte e tenho um projeto pra segurança, pra saúde, tenho uma obsessão pela educação, porque do jeito que está, o filho do pobre não tem grande chance na vida, começa numa desvantagem imensa. Eu sei como fazer geração de emprego no interior do Estado. Penso grande e não estou aqui porque sou filho de alguém, sou neto ou sobrinho. Estou por causa de uma luta e dedicação que tenho. Vou lutar pelo projeto de ser governador do Rio Grande do Norte em todos os momentos, até as últimas. Isso é uma luta e convicção que eu acredito porque sei o que fazer. Não que eu tenha vaidade, mas eu tenho certeza que poderei ajudar o Rio Grande do Norte. Não é qualquer dificuldade que me faz desistir. Evidentemente que o tempo todo você avalia as condições em que está trabalhando. Eu não vi nenhuma razão até agora pra eu desistir desse projeto.
A governadora Wilma de Faria (PSB) deve anunciar nos próximos dias o nome de Iberê Ferreira como candidato de sua base, que ainda têm as pré-candidaturas de Robinson Faria, Carlos Eduardo e João Maia. Com este anúncio, como ficará seu projeto político?
Essa questão de ser o candidato de quem nunca me comoveu de nada. Todo partido tem direito de ser seu candidato e de buscar suas alianças. Eu não sou um apaniguado do poder, todos sabem disso. A minha presença no governo sempre foi no sentido de ajudar o Rio Grande do Norte. Eu nunca usei qualquer espaço que eu tenha e que são muito poucos no Governo, para beneficiar a mim e o partido. Então se a governadora lançar um candidato, pra mim é indiferente, eu vou continuar trabalhando o meu projeto pro Rio Grande do Norte. Porque uma das coisas que mais me irrita nesse processo político do Estado é saber quem é candidato de quem. Não quero ser candidato de alguém. Porque se eu for candidato de uma pessoa, se eu for eleito governador e eu quero ser, vou ser o governador de fulano ou do povo do Rio Grande do Norte? Isso pra mim não tem a menor importância.
E a parceria com o deputado estadual Robinson Faria, como anda?
Sincera, honesta. Hoje (16) temos uma audiência em Natal pra falar sobre a Unidade Potiguar, sobre os passos que vão ser dados. Eu tenho uma relação com Robinson muito honesta. Até pra dizer o seguinte: vamos juntos, ou não dá pra irmos juntos e vamos separados. Isso é uma discussão muito tranqüila que eu tenho com Robinson Faria.
A imprensa especula um possível rompimento de Robinson Faria com a governadora Wilma de Faria. Isso acontecendo, como fica o deputado João Maia?
Pra mim é difícil saber o que significa romper com a governadora. Eu não tenho o espaço que o deputado Robinson tem no Governo, mesmo porque a gente não tem a força na Assembléia que Robinson tem. Então eu vou conversar com ele sobre isso, saber o que significa exatamente isso e em sendo, que passos nós daremos.
Então mesmo que você permaneça na base de Wilma, isso não representará o final da parceria com Robinson Faria?
Eu não vou fazer nada sem combinar com o deputado Robinson Faria. Tudo que eu fizer será combinado com ele. Vou defender meu ponto de vista, vou explicar e tenho a convicção de que nós vamos tomar uma decisão conjunta, é esse o nosso compromisso. Eu não tenho nenhuma ansiedade de permanecer em base de governo ou não, porque os espaços que o PR tem no Governo são pequenos, pra valer a pena uma discussão dessa natureza.
Quando o deputado Henrique Eduardo disse que não vai partir para uma terceira via, como você e Robinson Faria chegaram a defender, isso representa o fim da Unidade Potiguar?
Não necessariamente, mas significa uma dificuldade. Diga-se de passagem que o deputado Henrique Eduardo sempre foi muito honesto em relação a isso, disse: eu fico com vocês se ficarem todos unidos. E ele tem hoje uma grande dificuldade que é a relação dele com o senador Garibaldi Filho, que é pública essa dificuldade. Eu sou muito tranqüilo em relação a isso, porque não é um jogo que foi jogado escondido, e sim muito às claras. Nós temos capacidade de unificar a chamada base de apoio ao presidente Lula, a governadora Wilma no Rio Grande do Norte ou não? Então essa questão sempre foi muito iluminada e não escondida. Henrique sempre foi claro, dizendo que não vai para terceira via e que só tem condições de trazer o senador Garibaldi se ficar todo mundo junto. Quando as questões são colocadas de forma transparente é mais fácil lidar com elas.