31/10/2009
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O deputado federal Henrique Alves (PMDB) percorreu os diretórios municipais, tentando convencê-los sobre o apoio ao candidato do sistema governista, possivelmente Iberê Ferreira de Souza (PSB), seguindo a aliança nacional.
Alguns analistas políticos consideram a atitude de Henrique uma forma de bater chapa com o senador Garibaldi Filho (PMDB). O deputado apoiaria a candidatura de Iberê Ferreira de Souza (PSB), enquanto Garibaldi manteria o apoio à pré-candidata Rosalba Ciarlini (DEM).
Ao final da visita ao diretório de Caicó, Henrique Alves concedeu entrevista coletiva à imprensa local.
Blog – Qual a sua avaliação do encontro em Caicó?
Henrique – Diálogo com muita franqueza, com muita humildade, mas como coerência, levando o partido a pensar em algumas dificuldades internas. Em nível nacional a aliança (PT e PMDB) é ética e coerente. Espero que continue avançando. Em nível estadual, estamos tentando encontrar os melhores caminhos com os diretórios municipais.
Blog – A imprensa comenta que o senhor recebeu dois convites do presidente Lula, para que fosse candidato ao governo pela base aliada. O senhor pretende aceitar o convite e ser candidato a governador no estado do Rio Grande do Norte?
Henrique – Ele (Lula) falou que eu deveria pensar nisso, mas vejo isso com a maior generosidade. São três lugares titulares na chapa: são dois senadores e o governador. O PMDB tem credibilidade de pleitear um cargo desses apenas, deixando os outros dois para agregar outros partidos.
Blog – O PMDB encontro dificuldades para se manter unido, até em virtude das divergências municipais com relação ao governo Wilma de Faria (PSB). O senhor vai pensar nessa questão de liberar o partido em nível de estado?
Henrique – Nas eleições municipais nós tivemos composições em que estivemos juntos com a governadora no mesmo palanque. Em Jucurutu, estavam no mesmo palanque Garibaldi e Wilma. Isso faz parte do jogo municipal e nós temos que respeitar. A questão não é liberar o município, porque o partido tem que ter uma coligação numa direção ou outra. Essa coligação é que está difícil de encontrar o melhor caminho ou da base de Lula ou de oposição. É um problema que está se colocando com muita franqueza, não é nenhuma decisão.
Blog – Na hipótese de criação de candidato de terceira via, qual seria o posicionamento do deputado Henrique Alves?
Henrique – Uma terceira via enfraquece a luta que eu estou tentando ter. E eu estou conversa com eles não como partido, mas como colaborador e torcedor, querendo trazer a base do presidente Lula para uma posição mais confortável no estado. Mas eu disse a eles que, mesmo individualmente falando como torcedor, essa tática divide, desagrega e enfraquece, mas esta é a minha visão. De repente, podem me convencer do contrário. Hoje não seria uma boa estratégia. A base do governo deve se unir.
Blog – Se confirmando a candidatura de terceira via, está encerrada a Unidade Potiguar?
Henrique – Estou surpreso com essa notícia. Estive com Robinson e ele não me falou nada. É uma decisão tomada por pessoas experientes. A partir daí, a minha motivação de unir todo esse grupo começa a desaparecer.
Blog – O senhor disse que é praticamente impossível uma aliança de José Agripino e de Rosalba Ciarlini.
Henrique – Agripino é líder da oposição do governo que eu sou (aliado). Na hora que ele critica no Senado, eu defendo na Câmara. Isso geraria um desconforto até para ele (Agripino). São problemas de ordem prática que eu acho difícil superar. Eu vou me preocupar com o melhor para o PMDB.
Blog – O senhor disse que o partido tinha sido ingrato com o ex-senador Geraldo Melo. A coligação entre DEM e PMDB na eleição passada foi um grande erro?
Henrique – Não foi uma posição correta. Essa é uma avaliação nossa e o político tem que reconhecer erros e acertos. A gente não pode achar que acerta sempre. O erro da eleição passada começou quando nós perdemos o PSDB.