12/10/2008
10 Comentários
Numa operação espetacular, denominada de Arca de Noé e produto de uma longa investigação, a Polícia Federal desbaratou ontem a organização Paratodos, que há 30 anos comandava o jogo-do-bicho na Grande Fortaleza. Segundo o Diário do Nordedste, A operação foi desencadeada, a partir das 5 horas da manhã, em vários locais de Fortaleza, entre eles as residências dos diretores do Paratodos, e o prédio de cinco andares que sediava a organização na Avenida Tristão Gonçalves, 123, no centro comercial urbano da Capital do Ceará.
Ainda de acordo com o Diário do Nordeste, até o começo da noite passada, a PF havia prendido as seguintes pessoas: Francisco Mororó (presidente da organização), de 80 anos; seu filho, Francisco Lima Mororó, 64; e os sócios Fábio Leite de Carvalho, Fábio Leite de Carvalho Júnior, João Carlos de Mendonça, João Evangelista Camelo Rebouças, Arnaldo Paula Viana, além da gerente do Paratodos, Vilauba Maria de Paiva Salvador. Na mesma ação, a Polícia Federeal prendeu também o policial militar reformado João Araújo Crisóstomo, acusado de comandar a segurança particular do banco, e o seu irmão, delegado Francisco Carlos Araújo Crisóstomo, superintendente-adjunto da Polícia Civil do Ceará. Estão foragidos e sendo procurados pela PF outros quatro sócios do Paratodos: Hamilton de Paula Viana, seu filho Hamilton Paula Viana Filho, José Geraldo Martins de Souza e Francisco de Assis Rodrigues de Souza.
Segundo a delegada Ana Cláudia Diniz, todos os acusados, à exceção do delegado Crisóstomo, tiveram prisão temporária de cinco dias decretada pelo juiz federal Danilo Fontenelle, titular da 11ª Vara da Justiça Federal no Ceará. — Investigação — Os diretores do Paratodos vinham sendo investigados desde 2002 em inquérito instaurado pela PF para apurar, a princípio, os crimes de sonegação fiscal e contra o sistema financeiro nacional praticados pela organização.
Mas, segundo Ana Cláudia, no decorrer das diligências sigilosas, quando foram quebrados os sigilos telefônico, fiscal e bancário dos acusados, acabaram sendo descobertos outros delitos graves como corrupção ativa e passiva, inclusive de agentes públicos; prevaricação, tráfico de influência, posse ilegal de armas, exercício ilegal de segurança privada e “lavagem” de dinheiro, sem contar a contravenção penal do Jogo do Bicho. Na semana passada, a PF decidiu que havia chegado a hora de “estourar” o esquema criminoso e encaminhou à Justiça Federal o pedido de prisão para 13 envolvidos, além de 21 mandados de busca e apreensão.